Discussão no Feijão e o Poder da Visualização
Um almoço, uma discussão imaginária e um insight poderoso
Hoje, enquanto preparava o almoço, me vi envolvida em uma cena digna de novela das nove — mas com um detalhe: ela só existia na minha cabeça.
Enquanto o feijão borbulhava na panela e o arroz começava a pegar aquele cheirinho bom de comida pronta, minha mente me puxou para uma discussão antiga com um familiar. Aquela cena já tinha se repetido outras vezes no meu teatro mental, mas dessa vez foi diferente.
Dessa vez eu percebi o que estava acontecendo.
A discussão era completamente imaginária, mas as emoções… ah, essas eram reais. Eu estava irritada, acelerada, respondendo com frases afiadas como faca Tramontina. Uma parte de mim dizia: “Fala tudo o que não falou naquele dia!” — e eu falava. Com raiva, com mágoa, com razão. Sim, porque ali, naquele palco mental, eu era a protagonista e também roteirista. E claro, eu tinha razão absoluta.
De repente, parei. Dei uma colherada no feijão e pensei:
“Cara, eu tô numa briga imaginária e sentindo tudo como se fosse real! Isso é muito poderoso… e perigoso também.”
Foi aí que a chavinha virou.
Se a mente tem esse poder de me fazer viver de corpo e alma uma briga que não aconteceu, por que não usar esse mesmo recurso para viver algo bom? Algo que eu quero de verdade?
E assim, entre uma mexida na panela e outra, comecei a refletir sobre o tal poder da visualização. Porque a gente fala muito de “imaginar coisas boas”, mas será que sabemos realmente o que isso significa?
Imaginação x Visualização: irmãs, mas com destinos diferentes
A imaginação é livre
A imaginação é livre, selvagem e espontânea. Ela aparece sem ser chamada. Às vezes vem como lembrança, às vezes como medo, às vezes como um sonho acordado. Ela é caótica, criativa, intensa.
A visualização tem direção
A visualização, por outro lado, é como pegar essa imaginação pela mão e dizer:
“Vem, vou te mostrar pra onde quero ir.”
É imaginação com direção, com intenção. É a escolha consciente de usar a mente como aliada, como ferramenta de criação — e não como replay de traumas ou roteiros desgastados.
O cérebro acredita na história que você conta
A neurociência confirma o poder da visualização
Estudos em neurociência mostram que o cérebro ativa as mesmas áreas tanto quando você vive algo de verdade, quanto quando você visualiza aquilo com intensidade emocional.
É por isso que atletas profissionais usam visualizações antes de competições. Eles “ensaiam” mentalmente cada movimento, cada passo, cada sensação — e o corpo registra como se já tivesse vivido.
A mente não sabe distinguir o que é real ou não…
Mas o corpo sente.
A alma vibra.
A frequência muda.
Visualizar é como plantar uma semente vibracional
Cada vez que você visualiza com intenção — sentindo de verdade, com detalhes, com emoção — você está semeando essa realidade dentro de você.
E o mais bonito: essa semente começa a mudar quem você é agora.
Mesmo que ainda não tenha acontecido lá fora, você já está diferente por dentro.
Mais confiante, mais conectada, mais viva.
Como praticar visualização no cotidiano
Você não precisa de um altar sagrado ou silêncio absoluto (embora ajude!).
Às vezes, tudo que você precisa é de um momento entre o feijão e o arroz.
1. Escolha uma cena que deseja viver
Pode ser você vivendo uma reconciliação, realizando um sonho, sentindo paz, prosperidade, cura…
2. Feche os olhos e veja os detalhes
Onde você está?
Quem está com você?
Como está o ambiente?
Qual cheiro sente? O que escuta?
3. Sinta como se fosse agora
Essa é a chave.
Visualização sem emoção é só pensamento.
Com emoção, vira vibração.
4. Faça isso diariamente
Alguns minutinhos por dia. Seja constante. É como malhar a alma.
Presença plena no cotidiano: o agora como portal de criação
Aquele momento entre panelas me ensinou que é possível viver presença plena no cotidiano. Não só quando estamos meditando ou em um lugar calmo, mas também no meio da rotina, no barulho do dia a dia, no simples ato de preparar o almoço.
Ali, no calor da cozinha, percebi que minha mente pode ser minha aliada — ou minha sabotadora. A escolha é minha.
Conclusão: ou você dirige a mente ou ela te leva pra qualquer lugar
Naquele dia, em meio aos temperos e panelas, aprendi algo valioso:
não dá pra impedir a mente de criar cenas. Mas posso escolher em qual cena quero atuar.
A visualização me lembra disso.
Ela não é mágica, mas é um tipo de feitiço do bem:
um ato de amor próprio, de autorresponsabilidade e de criação consciente.
E da próxima vez que minha mente quiser puxar uma briga imaginária, talvez eu diga:
“Obrigada, mas hoje vou ensaiar um reencontro amoroso.
Ou então me imaginar escrevendo textos que tocam corações e vivendo da minha arte.”
Porque, se é pra sentir…
Que seja algo que me alinha com quem eu quero ser.